terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Mania de escrever


Costumo escrever muito mas nunca escrevi um texto dedicado a este hábito. Tenho a "mania de escrever", e porquê? Quem o costuma fazer como eu de certeza que irá perceber e irá identificar-se com as minhas razões.
Gosto de escrever sobre tudo e sobre nada, coisas que fazem sentido e outras não, a verdade é que escrever me alivia, ajuda a desabafar. Enquanto que algumas pessoas preferem falar e expressam-se melhor assim, eu prefiro escrever e expresso-me muito melhor. Há certos assuntos que são difíceis ao serem abordados oralmente, uma vez que temos alguém que nos oiça e ao mesmo tempo nos expomos, enquanto que na escrita escrevemos para nós, alguém poderá ler, mas a exposição fica um pouco camuflada entre todas as palavras.
É mais fácil falar sobre assuntos mais leves, no entanto são os mais pesados que recaem sobre nós com uma carga mais forte. Ao escrever consigo reflectir melhor sobre tudo, logo conseguirei fazer uma análise mais detalhada. O tempo para pensar é diferente, porque só tu estás a "ouvir" o que pretendes dizer, e podes voltar atrás e acrescentar ou retirar algo. Na oralidade é diferente, embora se consiga fazer o mesmo fica sempre algo por dizer, e quando te lembras do assunto já não se enquadra no momento.
A escrita alivia os pensamentos, os problemas, porque quando os deitas cá para fora já os encaras de outra forma, e sentes-te mais leve por isso. Há certos assuntos que apenas podes debater contigo mesmo, e pensar alto não é a mesma coisa que escrever, pelo menos para mim.
Às vezes é bastante complicado tentarmos explicar o que nos vai na cabeça, mas é na escrita que consigo clarificar um pouco certos assuntos mais confusos, é quase uma terapia.
Por isso escrevo quando quero reflectir, desabafar ou mesmo duvidar, pois sei que assim consigo organizar melhor as ideias na minha mente e depois será mais fácil falar sobre elas.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Estado de espírito nublado



Começo a ficar um pouco farta de não fazer nada de produtivo, algo que me enriqueça e que me projecte para aquilo que pretendo.
Este ano decidi ficar na terrinha com o objectivo de tirar a carta de condução, uma vez que em termos de procura de trabalho me tem trazido grandes desvantagens, o problema é que sinto-me tão desmotivada com a parte teórica que nem vontade tenho de ir às aulas. Era uma boa forma de ocupar o tempo, mas uma vez que já o estudei há uns anos atrás não há motivação para fazê-lo agora, é uma luta contra mim mesma, porque por mim já estaria prestes a passar para o exame prático e concluir esta fase.
Quero lutar pelas coisas e dar um novo rumo à vida mas aqui não consigo, é como se me sentisse aprisionada num lugar que não tem nada de novo para me oferecer. A minha capacidade de adaptação é demasiado grande, mas em certos aspectos torna-se negativa, que é o que está a acontecer neste momento, porque ao adaptar-me a uma nova situação acomodo-me, e neste momento não me traz nada de positivo, muito pelo contrário.
Não há nada aqui que me motive, não há trabalho para ocupar o tempo, a maior parte dos meus amigos só cá estão ao fim de semana, e a rotina é demasiado entediante. Procuro anúncios de trabalho na internet e não encontro nada na minha área, e os que existem são aqueles que nos querem explorar dando-nos a esperança de permanecermos na empresa depois daqueles meses a fazer o mesmo trabalho que aqueles que ao fim do mês levam um ordenado para casa.
Há certos estados de espírito que nos fazem questionar várias coisas, e hoje o meu encontra-se um pouco nublado, e a minha consciência começa a alertar-me. Alerta-me para mais um ano talvez perdido, sem nada de novo, nada de promissor. Tentas lutar por aquilo que queres mas não há quem te estenda a mão, quem te ajude a começar e a concretizar os teus objectivos. Querem pessoas experientes, porque não têm paciência para ensinar, mas se assim for quem é que nos vai ensinar? Assim seremos inexperientes para sempre, porque não houve alguém com o bom senso de pensar que um dia já esteve no nosso lugar, e isto revolta-me bastante.
Já pensei em várias alternativas, porque apesar de me sentir presa neste momento não deixo de pensar no que poderei fazer a seguir, mesmo que para isso tenha que esperar algum tempo, mas quem espera desespera...
Estado de espírito nublado que me faz pensar na vida e num caminho que neste momento fez uma pausa no percurso.