segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Momento solitário


Preciso de um momento solitário, sem ninguém por perto, apenas estar na companhia de mim mesma. Olhar as estrelas ou o mar, apenas ouvir o som da natureza e escutar a voz da minha alma. Ele tem chamado por mim e não o tenho ouvido.

Preciso de estar comigo mesma, sem ninguém a perturbar. Preciso de fazer aquilo que mais gosto. Quero ler, ouvir música, escrever, seja o que for, mas preciso fazê-lo sozinha, nem que seja por uns instantes.

Quero sentar-me e sentir a serenidade do que me rodeia. Quero sentir o vento a tocar-me o rosto e sentir-me livre.

Quero buscar a tranquilidade que por momentos me escapa. Quero esquecer as preocupações por breves minutos. Quero pensar sem que me interrompam e repor as energias.

Preciso de um encontro comigo própria. Preciso do meu momento solitário.



quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Desejo


Desejo primeiro, que ames, e que amando, também sejas amado. E que se não fores, sejas breve em esquecer e esquecendo não guardes magoa. Desejo pois, que não sejas assim, mas se fores, saibas ser sem desesperar.
Desejo também que tenhas amigos, que mesmo maus e inconsequentes, sejam corajosos e fiéis, e que em pelo menos num deles possas confiar sem duvidar, E porque a vida é assim, desejo ainda que tenhas inimigos; Nem muitos, nem poucos, mas na medida exacta para que, algumas vezes, te interpeles a respeito das tuas próprias certezas. E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo, para que não te sintas demasiado seguro.
Desejo depois que sejas útil, mas não insubstituível. E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para te manteres de pé.
Desejo ainda que sejas tolerante; não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com os que erram muito e irremediavelmente, e que fazendo bom uso dessa tolerância, sirvas de exemplo aos outros.
Desejo que, sendo jovem não amadureças depressa demais, e que sendo maduro, não insistas em rejuvenescer e que sendo velho não te dediques ao desespero. Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que sejas triste; não o ano todo, mas apenas um dia. Mas que nesse dia descubras que o riso diário é bom; o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que descubras, com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos, injustificados e infelizes, e que estão à tua volta.
Desejo ainda que afagues um gato, alimentes um cuco e ouças o João-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal; porque assim, te sentirás bem por nada.
Desejo também que plantes uma semente, por mais minúscula que seja, e acompanhes o seu crescimento, para que saibas de quantas muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo que tenhas dinheiro, porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano coloques um pouco dele na tua frente e digas "Isto é meu", só para que fiques bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum dos teus afectos morra, por ele e por ti, mas que se morrer, possas chorar sem te lamentares e sofreres sem te culpares.
Desejo por fim que tu, sendo um homem, tenhas uma boa mulher, e que sendo uma mulher, tenhas um bom homem e que se amem hoje, amanhã e no dia seguinte, e quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer, não tenho nada mais a te desejar.

Vitor Hugo

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Existência


Gostava de descobrir qual é a minha missão nesta vida, qual o propósito da minha existência.

Vivo para quê? Para quem? Será que é possível descobrir qual o sentido da vida, da minha vida?

Percorro a estrada da vida em busca do meu caminho. À medida que avanço encontro várias armadilhas, umas que se desvendam no início e outras que estão disfarçadas de algo bom, algo de tentador que me leva até elas. Percorro mais um pouco e apercebo-me que entrei numa estrada traiçoeira. Paro e começo de novo o meu percurso, levando comigo o que de mau e bom me mostraram aquelas experiências. Com elas perco sempre um pouco de mim, contudo encontro sempre algo em mim que desconhecia. Tento aprender, mas a vida prega-me rasteiras e a história repete-se, em situações diferentes mas com os mesmos pontos de vista.

Tentativa de aperfeiçoamento? Talvez! Crise existencial? Provavelmente sim. Ainda não descobri ao certo, mas espero descobrir.