terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Mania de escrever


Costumo escrever muito mas nunca escrevi um texto dedicado a este hábito. Tenho a "mania de escrever", e porquê? Quem o costuma fazer como eu de certeza que irá perceber e irá identificar-se com as minhas razões.
Gosto de escrever sobre tudo e sobre nada, coisas que fazem sentido e outras não, a verdade é que escrever me alivia, ajuda a desabafar. Enquanto que algumas pessoas preferem falar e expressam-se melhor assim, eu prefiro escrever e expresso-me muito melhor. Há certos assuntos que são difíceis ao serem abordados oralmente, uma vez que temos alguém que nos oiça e ao mesmo tempo nos expomos, enquanto que na escrita escrevemos para nós, alguém poderá ler, mas a exposição fica um pouco camuflada entre todas as palavras.
É mais fácil falar sobre assuntos mais leves, no entanto são os mais pesados que recaem sobre nós com uma carga mais forte. Ao escrever consigo reflectir melhor sobre tudo, logo conseguirei fazer uma análise mais detalhada. O tempo para pensar é diferente, porque só tu estás a "ouvir" o que pretendes dizer, e podes voltar atrás e acrescentar ou retirar algo. Na oralidade é diferente, embora se consiga fazer o mesmo fica sempre algo por dizer, e quando te lembras do assunto já não se enquadra no momento.
A escrita alivia os pensamentos, os problemas, porque quando os deitas cá para fora já os encaras de outra forma, e sentes-te mais leve por isso. Há certos assuntos que apenas podes debater contigo mesmo, e pensar alto não é a mesma coisa que escrever, pelo menos para mim.
Às vezes é bastante complicado tentarmos explicar o que nos vai na cabeça, mas é na escrita que consigo clarificar um pouco certos assuntos mais confusos, é quase uma terapia.
Por isso escrevo quando quero reflectir, desabafar ou mesmo duvidar, pois sei que assim consigo organizar melhor as ideias na minha mente e depois será mais fácil falar sobre elas.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Estado de espírito nublado



Começo a ficar um pouco farta de não fazer nada de produtivo, algo que me enriqueça e que me projecte para aquilo que pretendo.
Este ano decidi ficar na terrinha com o objectivo de tirar a carta de condução, uma vez que em termos de procura de trabalho me tem trazido grandes desvantagens, o problema é que sinto-me tão desmotivada com a parte teórica que nem vontade tenho de ir às aulas. Era uma boa forma de ocupar o tempo, mas uma vez que já o estudei há uns anos atrás não há motivação para fazê-lo agora, é uma luta contra mim mesma, porque por mim já estaria prestes a passar para o exame prático e concluir esta fase.
Quero lutar pelas coisas e dar um novo rumo à vida mas aqui não consigo, é como se me sentisse aprisionada num lugar que não tem nada de novo para me oferecer. A minha capacidade de adaptação é demasiado grande, mas em certos aspectos torna-se negativa, que é o que está a acontecer neste momento, porque ao adaptar-me a uma nova situação acomodo-me, e neste momento não me traz nada de positivo, muito pelo contrário.
Não há nada aqui que me motive, não há trabalho para ocupar o tempo, a maior parte dos meus amigos só cá estão ao fim de semana, e a rotina é demasiado entediante. Procuro anúncios de trabalho na internet e não encontro nada na minha área, e os que existem são aqueles que nos querem explorar dando-nos a esperança de permanecermos na empresa depois daqueles meses a fazer o mesmo trabalho que aqueles que ao fim do mês levam um ordenado para casa.
Há certos estados de espírito que nos fazem questionar várias coisas, e hoje o meu encontra-se um pouco nublado, e a minha consciência começa a alertar-me. Alerta-me para mais um ano talvez perdido, sem nada de novo, nada de promissor. Tentas lutar por aquilo que queres mas não há quem te estenda a mão, quem te ajude a começar e a concretizar os teus objectivos. Querem pessoas experientes, porque não têm paciência para ensinar, mas se assim for quem é que nos vai ensinar? Assim seremos inexperientes para sempre, porque não houve alguém com o bom senso de pensar que um dia já esteve no nosso lugar, e isto revolta-me bastante.
Já pensei em várias alternativas, porque apesar de me sentir presa neste momento não deixo de pensar no que poderei fazer a seguir, mesmo que para isso tenha que esperar algum tempo, mas quem espera desespera...
Estado de espírito nublado que me faz pensar na vida e num caminho que neste momento fez uma pausa no percurso.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Insegurança


Um aperto no coração, um nó no estômago, os pulmões comprimidos, falta-te o ar.
O cérebro insiste em pensar naquela ideia, vai e volta. O relógio continua a contar, o tempo avança, as horas, os dias, os meses passam, e quando te apercebes já passaram anos. E o que aconteceu? Continuas preso naquele momento, naquele pensamento. Não avançaste.
O medo consumiu-te até às entranhas e tu permitiste. A falta de coragem bloqueou todas as saídas da tua própria cela. Foste tu que deitaste a chave fora. Foste tu que te trancaste no teu próprio receio, sem deixares um escape possível.
A mudança, o incerto, o imprevisível são algo com que não consegues lidar, e então não lutas, escolhes o caminho mais fácil, mas o mais penoso. Choras porque não consegues, lamentas a tua frustração e a tua passividade. O medo rói-te a alma, alimenta-se até ao último pedaço.
Mas quem deixou que isso acontecesse? Tu, e simplesmente tu, mais ninguém. Foste fraco, cobarde...
Permitiste que a insegurança se apoderasse de ti e te derrubasse sem antes teres tentado, pois ela não é nada mais nada menos que produto do teu medo em falhar e fracassar...uma falta de confiança nas tuas capacidades.
Insegurança todos sentimentos, mas há quem a consiga combater e ir mais além, ao contrário daqueles que se deixam aprisionar por ela.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Perseverança

Morre lentamente quem não viaja,quem não lê ,quem não ouve música,quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio ,quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito ,repetindo todos os dias o mesmo trajecto,quem não muda de marca , não se arrisca a vestir uma nova cor , ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,quem prefere o negro sobre o branco,e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho nos olhos, sorrisos dos bocejos,corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho , quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva que cai incessante

Morre lentamente quem abandona um projecto antes de inicia-lo , não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não respondem quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Coimbra

Ver algumas fotografias e ouvir a "Balada da Despedida" trouxeram várias recordações e a nostalgia paira no ar. Será que em Maio do próximo ano conseguirei voltar e sentir um pouco do que vivi nesta cidade?
Assim o espero....


Balada da Despedida

Sentes que um tempo acabou
Primavera de flor adormecida,
Qualquer coisa que não volta que voou,
Que foi um rio, um ar, na tua vida.

E levas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações do passado
O bater da velha cabra.

Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p’rá vida.


Sabes que o desenho do adeus
É fogo que nos queima devagar,
E no lento cerrar dos olhos teus
Fica a esperança de um dia aqui voltar.

E levas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações do passado
O bater da velha cabra.

Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p’rá vida.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Há dias e dias

Há dias em que acordas e parece que outra pessoa se apoderou do teu corpo, pelo menos é o que pensam aqueles que te rodeiam. Mas não é nada disso, todos passamos por isso, acordamos de mau humor, e a única coisa que nos apetece é voltar a dormir para que aquele dia termine.
São aqueles dias em que apenas acordas e pensas que não fizeste nada de produtivo, que apenas foi mais um dia que passou.
Nesses momentos apenas queres paz e sossego mas há quem não entenda isso e insista em fazer perguntas porque acha que algo de errado se passa contigo, porque normalmente não és assim. Esqueçam isso, é apenas um dia mau, em que a melhor coisa que podem fazer é não nos bombardearem com perguntas, porque apenas queres estar calada e que ninguém te importune. Detesto dias assim, mas tenho alguns, e só quero que me respeitem e não façam perguntas, porque as respostas não serão simpáticas, porque em dias destes não tenho paciência para ninguém, e apenas quero ficar sossegada no meu canto, sem que me incomodem. São apenas estados de espírito em que precisas de um pouco de solidão, mais nada.
E amanhã será melhor.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Traição

Traição, o que é? É uma facada nas costas dada por alguém a quem entregaste a tua confiança, um bem que apenas dás aqueles que te são mais próximos e que ACHAS que são dignos dela. Pois é, mas nem sempre é assim, as pessoas são cruéis e nem sempre valorizam aquilo que lhes dás de mais precioso. A confiança é a base de tudo, sem ela tudo se quebra.

Quem é que já foi traído? Eu já, e mais do que aquilo que queria. Traição de amigos, de namorados… quando descobres fica sempre uma sombra, e a pessoa que te traiu nunca mais será vista por ti da mesma maneira. Quem trai não se preocupa, não respeita, não gosta, não valoriza, porque se assim fosse nunca o faria com medo de perder a tua amizade, o teu amor, a tua presença na sua vida.

Inventam mil e uma desculpas que não fazem sentido, escondem, não te confrontam com essa situação. A traição é sempre um erro, mas há quem tenha a coragem de contar mesmo sabendo que te pode perder. Essa é a traição que pesa na consciência, que assume o erro. Quem trai e esconde irá faze-lo sempre que tiver oportunidade.

Podes perdoar uma traição, mas nunca esqueces, o fantasma irá sempre assombrar-te, a confiança fica partida em pedaços impossível de reconstruir. Podes perdoar, mas a ligação com a pessoa que te traiu nunca será a mesma. Se acontecer com um amigo, essa pessoa simplesmente se torna um conhecido, se for um namorado, a relação nunca será saudável.

Por vezes decides dar uma segunda oportunidade, mas nunca irá resultar, porque há erros imperdoáveis, e a traição é um deles, e se deres uma segunda chance irás perceber que o teu primeiro pensamento, o de cortar relações, era o mais correcto. Desgasta-te e impede-te de conhecer as pessoas que realmente te merecem.

Eu já perdoei, e a única lição positiva que retirei disso foi que nunca mais o irei fazer porque a traição é um erro irreversível, e existem pessoas que não merecem que percamos tempo com elas.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Remar contra a maré

Às vezes pergunto-me como consigo ver as coisas de uma maneira totalmente diferente das outras pessoas, e muitas vezes tenho a sensação que concordam comigo apenas porque não lhes apetece pensar.

A cada dia que passa consigo prever melhor o seu comportamento, e no fim, acabam sempre por me dar a razão, mesmo que não o admitam. Torna-se aborrecido, porque sinceramente, já sabia que ia ser assim…

Há momentos em que me considero uma pessoa desprovida de sentimentos, sinto e não sinto, há certos comportamentos que não consigo perceber, o porquê de levarem tudo ao extremo, como se não existisse uma saída para nada. E ao assistir a este tipo de atitudes pergunto-me muitas vezes. Porque é que consigo me desprender de certas coisas e eles não? Qual a razão de se preocuparem com certos aspectos que a mim não me causam preocupação? Porquê insistir em algo que não vale a pena? Apenas para dizer que tentamos? Mesmo depois de 500 vezes? A esperança é a última a morrer, sempre o ouvi dizer, mas há limites. Há coisas que não fazem falta, tão simples quanto isso.

Será que dou importância ao que deveria dar? Será que choro pouco? Será que riu muito? Ou será que de tão optimista e sonhadora que sou não me enquadro na realidade?

Sinceramente já não sei se a natureza humana é simples e nós complicamos, ou se é mesmo demasiado complicada e não há uma forma simples para a descrever.

Há coisas que não mudam, por isso não faz sentido remar contra a maré, quando sabes que corres o risco de te cansar e afogar na tua própria luta….

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eu reconheço


“Eu reconheço,

que tenho capacidades em mim, que desconheço.

Que às vezes falo demais, não me contenho.

Que reclamo além do necessário,

e quando contrariada,

me escondo, me retraio.


Eu reconheço,

que às vezes prefiro fugir, não me encontro,

prefiro deixar para lá, quando poderia lutar,

deixo o cansaço me vencer, por medo de perder,

nem sempre faço o que eu falo,

mas sempre falo o que deveria fazer.


Eu reconheço a minha carência,

a vontade de viver amando, suspirando,

exalando o perfume da paixão,

mas nem sempre deixo

o amor se estabelecer em mim, pois crio regras,

quero que o amor seja como eu sonhei,

e por vezes, ele é justamente o contrário.

Mas, se é amor, por que não?


Eu reconheço que pouco agradeço,

fico tentado em ver o que ainda não tenho,

esquecendo das minhas conquistas,

a alegria eu mal comemoro,

mas as decepções eu não esqueço,

por isso, eu reconheço, que em muitos dias,

eu não me conheço.”

Paulo Roberto Gaefke

Walking down the street

Neste momento era o que me apetecia, estar a andar pelas ruas, sem um rumo certo, apenas pelo gosto que isso me dá. Imagino-me nas ruas da baixa de Lisboa, a passear à chuva, com um casaco bem quente, e talvez com um guarda-chuva na mão, apenas para observar tudo o que me rodeia.

Durante a aula de condução de hoje um dos temas de conversa foi o ficar em casa ou não. O meu instrutor comentava que naqueles dias de chuva que até era bom ficar em casa, mas o mesmo não se passava em relação aos dias em que o sol brilha. É verdade que quando chove resguardamo-nos mais em casa, a ver um filme, com um ambiente mais quente. Mas quem é que ainda não passeou à chuva e não gostou? Eu adoro.

A verdade é que neste momento sinto-me um pouco nostálgica e gostaria de estar noutro lugar…

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Saudades

Saudades de Coimbra, já passaram dois anos que te deixei


....e de Lisboa

Recordações destas duas cidades que deixam uma enorme saudade. Hei-de voltar....

A mulher de Aquário

De acentuada beleza e especial magnetismo, nunca passa desapercebida.

Urano dá um especial encanto ao seu olhar, que é profundo e impactante. Sé há um planeta instável e explosivo, esse é Urano, de tal modo que assim será o carácter de sua nativa, tão diversa, atractiva e misteriosa, que parece ser várias mulheres em uma só. Ademais, Urano é a oitava superior de Vénus; assim, pois, o amor não só vai para mais além do idealismo, senão que definitivamente, sobrepassando o centro emocional, se torna bem controlado. Sua constante mobilidade está muito longe da banalidade: acerca-se mais de uma constante inquietude.

Em seu lar, nas habilidades caseiras, sabe manipular sua constante inquietude nervosa, sem ser histérica. Longe de ser ostentosa, prefere a simplicidade sobre qualquer coisa.

No amor, querem ser constantes e duradouros, sempre e quando não se lhes submeterem, e é pelo qual fogem da paixão e suas malhas; preferem o companheirismo e a amizade dentro do matrimónio, que o perigo aprisionador da sedução amorosa, tanto é que às vezes preferem formar fortes vínculos com um companheiro, sem o uso de formulários e papéis matrimoniais.

Como a liberdade é seu lema, jamais enquadrará seu marido em moldes restritivos e ciumentos, pois nele deposita toda a sua confiança e exigirá dele o mesmo. Seu amor superior está muito distante da infidelidade, e irradia um afecto muito grande por seus filhos, sobre os quais é mais uma amiga que outra coisa. Só pode se ligar a um marido que saiba se sobrepor e retê-la por meio de uma refinada e elevada intelectualidade.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Amor e loucura

"Um dia há muitos muitos anos atrás quando o mundo tinha acabado de ser feito e ainda não existiam os homens todos os sentimentos se reuniram na terra.

Como estava a ser uma grande seca a loucura propôs jogarem às escondidas: Vamos brincar às escondidas?

- Escondidas? O que é isso? - Perguntou a Curiosidade.

- Escondidas é uma brincadeira. Eu conto até cem e vocês escondem-se. Quando terminar de contar, eu vou procurar, e o primeiro a ser encontrado será o próximo a contar.

Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça.

-1,2,3,... - a Loucura começou a contar.

A Pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer.

A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore.

A Alegria correu para o meio do jardim. Já a Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um local apropriado para se esconder.

A Inveja acompanhou o Triunfo e se escondeu perto dela debaixo de uma pedra. A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo. O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava no noventa e nove.

- CEM! - gritou a Loucura. - Vou começar a procurar...

A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não aguentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar. Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber qual dos lados escolher para melhor se esconder.

E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez...

Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:

-Onde está o Amor?

Ninguém o tinha visto. A Loucura começou a procura-lo. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do Amor

Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito. Era o Amor, gritando por ter furado o olho com um espinho. A Loucura não sabia o que fazer.

Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e prometeu segui-lo para sempre. O Amor aceitou as desculpas.

É por isso que ainda hoje se diz que o Amor é cego porque ele é cego, e a Loucura acompanha-o sempre."

Estranha forma de ser


Quando penso em me descrever vejo que isso não é tão fácil quanto pensava. Primeiro porque parece que estou em constante mutação, segundo, é fácil descrever alguns aspectos mais simples da minha personalidade, mas o mais complexos, nem eu mesma os consigo compreender com exactidão, no entanto conheço-me bastante bem.

Às vezes penso que consigo ser várias mulheres dentro de uma, o que me torna um tanto imprevisível. Eu gosto de imprevisibilidade, mas isto assusta muitas pessoas, talvez seja por isso que apenas continuam na minha vida aquelas que realmente me conhecem e gostam do que há dentro em mim.

Sou demasiado intensa para fazer algo pela metade, e gosto sempre de acabar o que comecei, não deixar nada a meio, e isto revela-se até nos aspectos menos importantes da vida. Já fui de extremos, com o tempo aprendi a controlar a maioria das minhas emoções, porque estas davam-me grandes dores de cabeça, alteravam-me completamente. Tentei achar um equilíbrio, e já encontrei parte dele. Contraditório? Intensidade e equilíbrio? Um pouco, mas nem tanto.

Apercebi-me que consigo ser a contradição em pessoa, o que pode ser um pouco difícil para a percepção de alguns. Tenho as minhas convicções, mas estas vão mudando à medida que o tempo passa, o que fazia sentido ontem, pode não fazer sentido hoje, ou vice-versa. Mudança…adapto-me muito bem a ela, acho que até bem demais. Para tudo existe dois lados da moeda, e consigo vê-los e compreende-los perfeitamente. Assim sou eu, uns dias cara, outros dias coroa. Isto pode aparentar falsidade, falta de transparência de carácter. Falsidade nunca, mentiras só aquelas que sei que não magoarão ninguém, sempre disse que mais vale uma verdade cruel que uma mentira piedosa. Transparência de carácter, é verdade, não há, apenas o mostro para quem quero, para quem merece me conhecer.

Não me considero uma pessoa doce ou amarga, sensível ou insensível, presente ou distante. Sou tudo isso, dependendo das situações. Hoje em dia quase nada me choca, quase nada me surpreende, e tenho pena, porque é sinónimo de que tudo está igual, ou pelo menos, a previsão que fiz em tempos estava certa.

Raramente me engano, as minhas observações são sempre muito fidedignas, o que às vezes se torna chato, aborrecido.

Raramente me assusto com algo, já perdi quase todos os meus medos, mas penso demais, o meu cérebro parece uma bomba relógio prestes a explodir de tanto raciocinar, isto sim assusta-me.

O meu comportamento raramente é previsível, tenho dias, às vezes consigo ser um vulcão que entra em erupção e digo tudo o que tenho a dizer, e passado uns minutos sou capaz de me arrepender, não do que disse, mas da forma como o disse, e no mesmo momento peço desculpa. Outras controlo e não digo nada, ou então digo com mais calma. Não são mudanças de humor como muitos caracterizam, são de uma essência complicada que não segue uma lei, um padrão para aquilo que faz, porque tudo é diferente, não existem rotúlos e detesto catalogar as coisas.

Fico contente quando alguém me diz que me compreende e se identifica comigo, talvez existam muitas mais pessoas como eu, e talvez todas sintam o que sinto, mas não nos mostramos completamente.

Sou complexa e simples ao mesmo tempo, nunca paro, duvido muito, de tudo e de todos, às vezes até de mim mesma, mas a esperança que carrego dentro de mim sobrepõe-se a tudo isso. E tenho a certeza que amanhã não serei a mesma, porque estou em constante mutação, mas uma coisa tenho a certeza, todos os sentimentos puros que possuo nunca mudarão.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O passado é um corredor pelo qual passaste e cuja porta se encerrou. Não volta a abrir, apenas na tua mente, na tua memória, que por vezes teima em chamar por ele.
Mas porquê? Há momentos, percursos que apenas pertencem a ele, já não fazem parte do "hoje". Não vale a pena chorar ou lamentar o que já passou, vale a pena sim, recordar o que nos fez feliz e que contribuiu para construir o dia de hoje.
O que ficou para trás deve permanecer no sítio onde ficou, pois é lá o seu lugar. Sem ressentimentos, sem angústias... A caminhada continua, o presente é o que importa neste momento, por isso agarra-o com todas as forças que tens e não o desperdices. Nada acontece por acaso, e se o que tinhas no passado já não te pertence só existe uma explicação... Não era para ser teu, mas de certeza que já percebeste isso, mas a nostalgia de vez em quando bate à porta, o que é completamente normal, o importante é aceitar e seguir em frente.
O que tens hoje não te faz feliz? Se sim, força, caso contrário continua em busca da felicidade, parado é que não a encontras.
Eu sinto saudades de alguns momentos que vivi no passado, mas apenas daqueles que me fizeram feliz, e que, por vezes, me trazem alguma paz quando esta se escapa, mas amo muito mais o presente, apesar de todas as dificuldades, de todos os obstáculos que encontro. Mas isso estimula-me, dá-me vontade de lutar contra eles com todas as minhas forças. Podem me derrubar em certas circunstâncias, mas de seguida já estou de pé, pronta para enfrentar tudo e todos.
Constrói o teu caminho com base no que estás a viver agora, e não cometas os mesmos erros do passado, ele não volta, mas é sempre um exemplo daquilo que se deve ou não fazer.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O que significa?




Mas afinal o que é o ódio? O rancor? A inveja?
Não serão apenas sentimentos que nos fazem ficar mais pesados? Com uma carga emocional mais negativa?
Hoje numa conversa banal apercebi-me que nunca tal coisa, e por isso mesmo não sei o que são. Sei o seu significado enquanto conceito, mas enquanto sentimento não faço a mínima ideia do que provocam.Já me apercebi o efeito que provocam em algumas pessoas, e não gostei do que vi.
Já senti raiva, revolta, mas que foram impulsionados por certos momentos, e não ficaram guardados dentro de mim. Com a mesma força que chegaram, com a mesma força foram embora. Não permaneceram dentro de mim.
Porquê sentir ódio ou guardar rancor em relação a alguém? Porquê sentir inveja e cobiçar o que não é nosso? Se foi algo que nos magoou porquê guardar esses sentimentos numa “caixa”, que mais tarde ou mais cedo será aberta e irá provocar mal-estar? Não faz bem, acaba sempre por nos prender e dar demasiada importância a algo que simplesmente se “despreza”.
A vida é tão efémera, porquê nos preocuparmos com isso? Não seria melhor descartar e preservar o que realmente é importante?São tantas as coisas que podemos desfrutar que nos fazem sentir vivos, nos fazem sentir bem.
Não seríamos mais felizes se apenas conservássemos sentimentos puros em vez de perdermos tempo com aqueles que só nos dão dores de cabeça?Respeito quem os sinta, mas acho que é um desperdício de tempo e de energia.
Enfim, foi apenas um pensamento....

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Aquário


Aquariano é assim
Um sonhador incurável
Vive além do seu tempo
Ama a liberdade
E o que lhe aprisiona
Não leva mais que um momento...
Tem medo de se apaixonar
Mas se conquistado
Amante igual não há
Adora pensar no futuro
Nas novas tecnologias
Que serão inventadas
Acredita que é no futuro
Que as soluções pra tudo
Serão encontradas...
Não gosta de rotina
E se deseja
ter um aquariano a seu lado
Faça dos seus dias inesquecíveis
E sempre renovados.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011


A todos que apareceram na minha vida sem hora marcada, sem um pretexto, por simples coincidência.
Aqueles que assistiram ao meu primeiro suspiro, que me criaram e me viram crescer.
Aos que procurei conhecer e quero continuar a conhecer.
A todos com quem partilhei alegrias, tristezas, desabafos, risadas, abraços, conversas, momentos....
Aos que estou a conhecer melhor e a descobrir uma certa cumplicidade.
A todos os que considero especiais, todos à sua maneira, todos diferentes.
Fiquem...pois neste momento já fazem parte de mim, cada um de vocês deixou a sua marca.
Fiquem, para continuarmos a partilhar o que de bom existe em cada um de nós.
Fiquem, principalmente porque vos adoro, e isso é o mais importante.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Feelings

Saudade é aquela nostalgia que invade a alma.

Alegria é um estado de espírito que nos deixa mais bonitos.

Pessimismo, surge quando pintas a vida a preto e branco.

Amizade, é um “empréstimo” de ti próprio aos demais, havendo reciprocidade.

Tristeza é quando o sol deixa de brilhar em algumas circunstâncias.

Loucura é a lucidez dos génios.

Ilusão é um fechar de olhos perante a realidade.

Paixão é o fogo que te consome por dentro.

Desprezo é caminhar em direcção oposta ao que não interessa.

Raiva é quando soltas o animal que existe em ti.

Amor é aquele sentimento que te leva ao céu, e que de um momento para o outro, te deixa cair com a cara no chão.

Sofrimento é um nó que te envolve o corpo todo.

Obsessão é a inexistência da razão e o descontrole das emoções.

Desejo é uma vontade que por vezes se torna incontrolável.

Felicidade, é a porta que abrimos e nunca mais iremos querer fechar.

Certezas

"Não quero alguém que morra de amor por mim... Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto a mim... Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame...

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim… Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante para mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível… E que esse momento será inesquecível...

Quero que os meus sentimentos sejam valorizados... Quero poder ter sempre um sorriso estampado no rosto, mesmo quando a situação não for a melhor... E que esse sorriso consiga transmitir paz e alegria para os que estiverem ao meu redor...

Quero poder fechar os olhos e imaginar alguém… E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos... Que faço falta quando não estou por perto...

Quero ter a certeza de que apesar das minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho… Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dá valor ao que realmente importa... E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesma...

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para lhe mostrar que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz...

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz...

Que eu nunca deixe a minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em mascará-lo e entendê-lo como um “sim”...

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ela é especial e importante para mim, sem ter de me preocupar com terceiros… Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento...

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena te entregares às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim…

Quero sobretudo poder dizer que no fundo sempre valeu a pena..."

Mário Quintana (adaptado)

Essência


Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: - E daí? Eu adoro voar! Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir o meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver da mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre.

Clarice Lispector

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Fácil é....



Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem a sua opinião.

Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.

Difícil é encontrar e reflectir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.

Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.

E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.

Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem para fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.

Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.

E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.

Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.

Difícil é saber que nos iludimos com o que achavamos ter visto.

Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "olá" ou "como estási?"

Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém das nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.

Difícil é sentir a energia que é transmitida.

Aquela que toma conta do corpo como uma corrente eléctrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.

Difícil é amar completamente só.

Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.

Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando as nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.

Difícil é segui-las.

Ter a noção exacta de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.

Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.

Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.

Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.

Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como és e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na agenda telefónica.

Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.

Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fracção de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 15 de outubro de 2011



Se na tua dura vida a felicidade
Parece estar em distante lugar,
Maior precisa ser a tua vontade
De persegui-la até a encontrar.

E nunca temas uma tempestade,
Não deixes nada te desanimar,
Quanto maior for a dificuldade,
Com mais empenho deves lutar.

Sigas em frente com humildade,
Buscando o próximo respeitar,
Propagues a justiça e a verdade
E assim farás o mundo melhorar.

Aos princípios tenhas fidelidade,
O amor e a fé podem tudo mudar,
O teu sonho se tornará realidade
Se nele não deixares de acreditar.

Dennys Távora

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Tudo e uma coisa só! Todas as ideias, todos os seres, palavras e pensamentos! Tudo e cada coisa, em somente um lugar: dentro de ti

Existem verdades absolutas neste mundo, uma delas é que todos nós temos medo de sofrer. Assim, ingenuamente tentamos controlar as situações ao nosso redor, como se isso fosse possível...

Obcecados por esse desejo de nos proteger, gastamos a nossa energia e o nosso tempo tentando controlar os pensamentos, as atitudes e até os sentimentos das pessoas que amamos e que, sobretudo, desejamos que nos amem.

No entanto, não nos damos conta de que a vida se baseia no imprevisível, no incontrolável, no surpreendente! Nenhum sentimento é garantido, nenhuma consequência é revelada antecipadamente. O futuro é totalmente incerto. E apesar de tamanha imprevisibilidade, temos em nosso coração toda a possibilidade de conquistarmos o quê e quem amamos, o que é muito diferente de controlar, prever ou obter garantias!

Muitas pessoas não conseguem encontrar um amor, não se entregam a uma relação profunda e verdadeira simplesmente porque estão, a todo tempo, tentando obter certezas. As perguntas não param de gritar, as dúvidas não têm fim e o medo de se deparar com a dor parece assombrar o coração, impedindo-lhe de enxergar uma outra possibilidade, a de ser feliz.

Será que ele me ama? Será que vale a pena tentar de novo? Será que ele não vai me trair? Será que não estou sendo idiota? Será que não vou sofrer mais do que se ficar sozinho? Será? Será?... O que será, não importa agora! Na verdade, nunca importará! A pergunta correcta é: Eu quero? Quando aprendermos a responder, com respeito e responsabilidade, essa simples pergunta, teremos previsto qualquer possibilidade.

Sim, porque o amor é uma oportunidade; não uma garantia; nunca uma certeza! Podemos vive-lo conforme a nossa vontade, de acordo com o nosso coração ou... passaremos a vida inteira tentando controlar o incontrolável, garantir o incerto! Jamais teremos como saber se o outro está a ser fiel, se o amor que sentimos é correspondido na mesma medida, se vamos sofrer ou seremos felizes. Jamais saberemos do amanhã ou do outro. JAMAIS !

Então, que usemos a nossa inteligência, a despeito de todo o medo que isso possa nos fazer sentir. Que possamos, de uma vez por todas, abrir mão dessa tentativa inútil de controlar o amor, a vida e o outro e nos concentremos em nós, no nosso coração e nos nossos reais objectivos!

Descobriremos que ocupar-nos com os nossos próprios sentimentos já é trabalho para vida inteira. Descobriremos que agir conforme a nossa vontade é o bastante para que nos sintamos preenchidos, embora possamos mesmo vir a sofrer... simplesmente porque o sofrimento é uma possibilidade tão possível quanto a felicidade!

Só conseguiremos entrar de facto no coração de alguém, e deixarmos que esse alguém entre no nosso, mesmo sem termos certeza disso, quando tivermos a audácia e a coragem de nos entregar ao imprevisível; quando conseguirmos compreender que a segurança é mérito pessoal, interno, sentimento que não se pode ter em relação a ninguém além de nós mesmos.

Portanto, o segredo para viver o amor sem sentir tanta insegurança, tanto ciúme e tanto medo de sofrer, está em saber se queres, se realmente queres! Porque se quiseres e fizeres por merecer, agindo com sinceridade, qualquer possibilidade de dor e sofrimento valerá a pena. Porque quando queremos de verdade, com o coração, a magia do amor nos faz entender que sofrer faz parte do caminho e, no final de contas, é tudo crescimento, aprendizagem, evolução e, por fim, a tão desejada felicidade.

Autor desconhecido

Máscaras



O medo de nos expormos faz-nos criar certas “máscaras” que deturpam a nossa pessoa, e muitas vezes aquilo que damos a conhecer não é o que realmente somos.

Às vezes é mais fácil jogar pelo seguro e por isso não nos mostramos completamente. Deixa de haver transparência de carácter, porque utilizamos essa “máscara” como protecção. Uma protecção que nos dá segurança, que não nos deixa uma “presa” tão fácil em relação aos outros. Apenas deixamos que aqueles que nos são próximos, e que realmente merecem nos conhecerem a fundo, e isso só acontece quando essas pessoas nos estimulam e mostram vontade de conhecer o nosso verdadeiro eu.

As desilusões causadas no passado tornam-nos pessoas mais frias, mas ao mesmo tempo mais carentes, por isso criamos barreiras à nossa volta que poucas pessoas conseguem derrubar. O receio de passar pelas mesmas experiências, de sentir a mesma dor atormenta-nos. Tentamos nos proteger ao máximo de todos esses “ataques”, e por vezes tentamos controlar coisas que são incontroláveis. Primeiro temos que nos conhecer a nós próprios e descobrir o que realmente queremos e nos faz feliz, sem medos, sem inseguranças, e deixar fluir, pois nada acontece por acaso, e um dia conseguiremos nos livrar de todas essas “capas” e mostrar quem realmente somos, sem o medo de sermos criticados ou magoados.

domingo, 2 de outubro de 2011

Não sei quantas almas tenho


Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: <>
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

sábado, 1 de outubro de 2011

Saber viver


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exacto.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, o meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projectos megalómanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!


Charles Chaplin

A tua caminhada


A tua caminhada ainda não terminou….
A realidade te acolhe dizendo que pela frente
o horizonte da vida necessita das tuas palavras
e do teu silêncio.

Se amanhã sentires saudades, lembra-te da fantasia e sonha com a tua próxima vitória. Vitória que todas as armas do mundo jamais conseguirão obter porque é uma vitória que surge da paz e não do ressentimento.

É certo que irás encontrar situações tempestuosas novamente,
mas verás sempre o lado bom da chuva que cai
e não a faceta do raio que destrói.

Se não consegues entender que o céu deve estar dentro de ti,
é inútil buscá-lo acima das nuvens e ao lado das estrelas.

Por mais que tenhas errado e erres, para ti haverá sempre esperança, enquanto te envergonhares dos teus erros.

Tu és jovem.

Atender a quem te chama é belo, lutar por quem te rejeita é quase chegar à perfeição. A juventude precisa de sonhos
e se nutrir de lembranças, assim como o leito dos rios
precisa da água que rola e o coração necessita de afecto.

Charles Chaplin

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Aprendizagem


"Chorar não resolve, falar pouco é uma virtude, aprender a colocar-se em primeiro lugar não é egoísmo. Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades temporárias não valem a pena, quem faz uma vez não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder para aprender a dar valor, e os amigos ainda se contam pelos dedos. Aos poucos percebes o que vale a pena, o que se deve guardar para o resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não há como esconder a verdade, nem há como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas os seus resultados nem sempre são imediatos. "

Charlie Chaplin